MUSEU DOS BRINQUEDOS
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Instituto Cultural Luiza de Azevedo Meyer |
HOMENAGEM À LUIZA DE AZEVEDO MEYER
Luiza de Azevedo Meyer (1912-2000) reuniu, ao longo da vida, uma formidável coleção de brinquedos, alimentando o sonho de transformar em Museu de Brinquedos esse acervo particular. Nas várias exposições itinerantes que promoveu, Luiza acalentava o desejo de criação de um espaço permanente, aberto ao público. O Instituto Cultural Luiza de Azevedo Meyer presta homenagem a essa idealizadora e, com alegria, lança o projeto Museu dos Brinquedos. OS BRINQUEDOS REVELAM A DIVERSIDADE DAS CULTURAS A história dos brinquedos revela a diversidade das culturas - em seus modos de vida, linguagens, símbolos, usos e costumes, e em suas infâncias. Fabricados sob variadas técnicas, os brinquedos traduzem - em diferentes cores, formas, tamanhos, materiais - a inventividade que, através dos tempos, cria e recria instrumentos capazes de unir, harmonizar e seduzir crianças de todas as idades, em todos os cantos do mundo. Manipulados, os brinquedos ultrapassam a dimensão de um objeto: contam e recontam histórias e vidas. UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BRINQUEDOS por Mônica Meyer e Sérgio Meyer Os brinquedos artesanais fazem parte da infância e se destacam pela criatividade e simplicidade. As mãos dão forma à imaginação. Meias transformam-se em bolas, talos de mamona em canudinhos para fazer bolhas de sabão, caixas e pneus em carrinhos, latas e tampas em instrumentos musicais, argila e pano em bonecos, trevo-azedinha em comidinha, folhas de papel em barcos, pipas e chapéus. Brinquedos e brincadeiras reinventam o cotidiano. Os brinquedos mecânicos e industrializados têm história recente. Antes da metade do século XVIII, eram feitos para jovens príncipes e princesas, enquanto as outras crianças tinham que se contentar com brinquedos artesanais. A partir de 1860, após a revolução industrial, a indústria de brinquedos iniciou sua produção e maravilhas mecânicas foram lançadas no mercado, a preços acessíveis e convidativos. As cidades alemãs de Nuremberg e Furth se destacavam, com mais de 300 fábricas. Embora os alemães dominassem a fabricação, franceses e ingleses disputaram o mercado que crescia diariamente. Em 1885, Paris já contava com 260 fábricas. O ano de ouro dos brinquedos mecânicos foi 1914. Entretanto, com a I Guerra Mundial, a indústria diminuiu a produção, só revitalizada anos mais tarde. No Brasil, a fabricação de brinquedos mecânicos se inicia na segunda metade do século XIX. Com os imigrantes, começam a surgir as primeiras fábricas, em São Paulo: Atlântico, Estrela, Metalma, Bonzo, Barlan. Em Minas Gerais, as pioneiras foram Metalma (Lavras), Sago de Bonecas (Santos Dumont) e Adrianini (Belo Horizonte). DA DESIMPORTÂNCIA DOS BRINQUEDOS Maria Cristina Soares de Gouvêa Professora da Faculdade de Educação Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG "As coisas sem importância são bem de poesia" Manoel de Barros Que fascínio exercem sobre nós estes objetos, aparentemente tão familiares e carregados de afeto? O que faz com os brinquedos/coisas por nós todos conhecidos, tornem-se dignos de serem expostas num museu, lugar de relíquias e se transformem também objetos relicários? Olha-los, admira-los, é como abrir um armário e imediatamente nos vermos transportados para outro tempo/ espaço: o tempo e o lugar da infância, onde no ato de brincar, despejando pelo chão um conjunto de coisas desprovidas de uma funcionalidade prática, faz-se possível o transcender o aqui e agora e construir uma outra realidade possível. Apenas pelo ato de manipular com concentração extrema e seriedade radical estes estranhos objetos que nos fazem significar o mundo, tornamo-nos capazes de ir além da realidade cotidiana e projetar outros mundos. 20/12/2006 |
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