QUEM É GERARD JONES?
por Francisco Marques (Chico dos Bonecos)
Os pais de Gerard Jones eram dedicados professores de escolas públicas. Neste convívio, o menino incorporou a postura educacional que nortearia a sua vida: "respeitar o que as crianças sabem, querem e nos têm a dizer".
Entre as diversas histórias que a sua mãe contava com grande entusiasmo - como, por exemplo, "As Viagens de Gulliver" - o menino guardou na memória as aventuras de "Beowulf", um herói que destruía monstros. Aos poucos, este universo de fantasia foi se estendendo para "King Kong", "James Bond", "Batman", "O Incrível Hulk" e todos os gibis da Marvel.
Enquanto cursava Jornalismo, Gerard Jones participou de uma série de oficinas e viagens de estudo com Joseph Campbell. Aos trinta anos, tinha adquirido uma certa reputação como historiador e analista da cultura pop. O seu livro "The Comic Book Heroes", de grande repercussão, desencadeou uma situação desafiante: o autor foi convidado a escrever histórias de super-heróis. E também como roteirista de história em quadrinhos, Gerard Jones se tornou uma das referências inovadoras. Assim, o estudioso e o criador começaram a partilhar uma nova perspectiva sobre o tema.
Em pouco tempo, a inquietude do autor desencadeou uma situação ainda mais desafiante: ele começou a se perguntar sobre o significado das fantasias agressivas para os jovens e o seu papel no desenvolvimento das pessoas. Para enfrentar este desafio, se dispôs, com muito bom senso e ótimo senso de humor, a escutar as crianças e os jovens: "Afinal, por que vocês gostam tanto destas histórias em quadrinhos, destes filmes, destes games?". Entre as suas estratégias de escuta estava a Oficina de Arte e História - onde crianças e jovens juntam imagens, pensamentos e emoções por meio de uma narrativa na forma de história em quadrinhos.
Neste percurso, também entrevistou muitos pais, profissionais da infância e acadêmicos de diferentes especialidades. Conversou muito consigo mesmo, recuperando a história do menino maravilhado diante destas fantasias. Alinhavando e alimentando todo este processo, estava o convívio e o diálogo com o seu filho Nicholas. Costumava assistir, lado a lado, aos seus programas de televisão preferidos. Certo dia, como resultado da apropriação de seus personagens, Nicky misturou as tramas do "Power Rangers" com "Os teletubbies" e criou o enredo do Tubbie Rangers. A importância de Nicholas nesta história é muito grande. Aquelas Oficinas de Arte e História, por exemplo, começaram a se desenvolver justamente no jardim-de-infância do seu filho.
O resultado desta trajetória fascinante está no livro "Brincando de Matar Monstros" - lançado, no Brasil, pela Conrad Editora. Um convite a novos olhares sobre a relação da infância e da juventude no mundo contemporâneo.
Atualmente, Gerard Jones se dedica a palestras para platéias especializadas e para o público em geral. Aqui, na cidade de São Paulo, no dia 25 de Abril, às 19h30, no Sesc Pinheiros, e no dia 26 de Abril, às 19h30, no Sesc Consolação, o autor vai partilhar as reflexões e as experiências de alguém que reúne, com rara harmonia, o educador sensível e o analista da cultura pop.

10/04/2006

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