A rua e a praça já não são territórios das crianças. Nas escolas, o brincar e o aprender estão cada vez mais distantes. E se aprende a aprender (em silêncio e imóvel) cada vez mais cedo, mesmo que isso se desdobre no desaprender a brincar e a criar sem censuras. Os games, os celulares, os brinquedos que brincam sozinhos seduzem pais e filhos, e os lançam numa roda de consumo que pouco tem a ver com o verdadeiro ofício das crianças.
No programa “Conversas com quem gosta de crianças” essas características de nossa época são problematizadas.
Participam do programa profissionais com o comprometidas de alguma maneira com o esforço de ampliar o tempo do brincar.
A roda de conversa é animada, repleta de reminiscências da infância vivida por elas, mas apresenta esse duro diagnóstico do tempo em que vivemos: a redução do tempo de brincar precipita o fim da infância. E a interrupção da infância antes do tempo tem como consequência a formação de adultos infantilizados, imaturos, com frágeis recursos psíquicos para dar conta dos conflitos e das frustrações que surgem na vida.
O programa encerra com as reflexões da psicanalista e psicóloga Maribél de Salles de Melo, coordenadora do Espaço Escuta (centro especializado em transtornos globais de desenvolvimento de crianças), de Londrina. “Conversas com quem gosta de crianças” tem edição e texto do jornalista e historiador Tony Hara e mediação de Eliana Louvison. Os dois colaboraram voluntariamente com a rádio. O programa 3, cujo tema é “Crianças na sociedade hiperativa”, vai ao ar no dia 11 de dezembro, às 11 horas, e dia 16, às 13 horas. O quarto e último programa, sobre o tempo necessário para que a infância se realize, produzido exclusivamente com mães e pais, será exibido no dia 29 de janeiro, às 11 horas, e no dia 3 de fevereiro, às 13 horas.
Realização: UEL FM – emissora educativa da Universidade Estadual de Londrina
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